Conheça as indicações do ultrassom com contraste

O ultrassom é um dos exames de imagem mais comuns, utilizado da investigação e no diagnóstico de várias doenças. Ele funciona por meio da emissão de ondas sonoras de alta frequência, que ultrapassam a pele e alcançam órgãos e tecidos moles. No impacto, as ondas geram um eco que é captado pelo transdutor e o aparelho de ultrassonografia traduz esses ecos em imagens.

A visualização pelo ultrassom é o grande diferencial do exame, já que permite uma análise muito mais cuidadosa. Porém, em alguns casos, o ultrassom não fornece todas as informações necessárias para um diagnóstico completo. Nesse sentido, os médicos podem indicar o uso de um contraste, para oferecer mais precisão ao exame.

O uso do contraste na ultrassonografia ainda é relativamente recente no país, podendo provocar muitas dúvidas nos pacientes. Afinal, se os tipos de contraste mais conhecidos – usados em tomografias, por exemplo – já trazem consigo um pouco de medo, novas tecnologias podem suscitar ainda mais perguntas.

Nesta postagem, conheça tudo o que você precisa saber sobre as indicações do ultrassom com contraste, as vantagens do seu uso e possíveis complicações. Confira:

O que é contraste?

Chamamos de contraste qualquer substância que facilite a visualização de uma estrutura interna em um exame de imagem. Existem contrastes feitos à base de diversas substâncias, para diferentes fins, como:

  • Bário – contraste ingerido por via oral, utilizado em exames de raio-x e tomografias, em geral para visualizar o tubo digestivo (intestino, estômago e esôfago);
  • Iodo – contraste que pode ser administrado oralmente ou por via intravenosa, também em raio-x e tomografias, para avaliar órgãos internos (normalmente sistema digestivo, rins e útero), veias, artérias e lesões.
  • Gadolínio – contraste usado em ressonâncias magnéticas, administrado apenas por via intravenosa, ajuda na visualização de tumores e infecções e na avaliação de veias e artérias.

O contraste à base de iodo é o que mais causa incômodos aos pacientes, como náusea, vômito, aceleração dos batimentos cardíacos, sensação de calor e alergias, com vermelhidão pelo corpo e coceira. Para pessoas com asma, é possível que o contraste cause falta de ar.

Os outros tipos de contraste raramente ocasionam reações, mas há relatos de coceira localizada e vermelhidão. Eventualmente, as três substâncias podem causar danos aos rins e reação alérgica grave, com inchaço da glote (garganta) e parada cardiorrespiratória.

E o ultrassom com contraste? 

No ultrassom, o contraste utilizado é diferente. Ele é constituído por microbolhas de gás (hexafluoreto de enxofre), envoltas em uma camada de lipídios (gordura), de tamanho próximo ao de uma hemácia. Essas microbolhas são injetadas na veia do paciente, e circulam pelo organismo por até 5 minutos. Depois desse período, o gás é eliminado pelo pulmão e a camada de gordura é absorvida.

Durante o exame, é utilizado um aparelho de ultrassonografia específico para captar as microbolhas. Pela natureza da substância, a indicação do ultrassom com contraste é considerada segura para a maioria dos pacientes.

Quais são as indicações do ultrassom com contraste?

O ultrassom com contraste é necessário quando a visualização pelo ultrassom comum não é suficiente para o diagnóstico que o médico precisa fazer. Normalmente, o contraste é aplicado para examinar estruturas vasculares, na investigação de vazamentos sanguíneos, obstruções das veias e artérias, malformações e aneurismas.

Essas estruturas podem ser bastante difíceis de analisar e o contraste ajuda dando mais clareza para as imagens. As microbolhas tornam possível avaliar a velocidade do fluxo sanguíneo e a identificação precisa de hemorragias, por menores que sejam.

Também são comuns indicações do ultrassom com contraste para analisar nódulos e tumores no fígado (o exame foi usado inicialmente para esse fim) e lesões não-vascularizadas, como hematomas, abscessos, cistos e de áreas onde houve isquemia (ausência de suprimento sanguíneo e, consequentemente, de oxigênio). Nesses casos, o contraste ajuda a identificar com mais certeza se uma cirurgia é necessária, por exemplo.

O contraste de microbolhas é uma alternativa bastante viável para pacientes que apresentam fatores de risco para o uso dos contrastes de iodo, bário e gadolínio. Com o seu uso, o ultrassom passa a ser um exame tão detalhado quanto uma ressonância magnética ou uma tomografia, um auxiliar no diagnóstico de quem não pode se submeter à essas técnicas.

Vale ressaltar que, em investigações mais simples com ultrassom, como em exames de rotina, é extremamente raro que o contraste seja indicado.  

Reações e contraindicações do contraste de microbolhas

Quando falamos nos contrastes comuns, de bário, iodo e gadolínio há uma série de contraindicações:

  • Hipersensibilidade ao iodo;
  • Hipertireoidismo;
  • Insuficiência renal ou função renal comprometida;
  • Níveis elevados de ureia e creatinina;
  • Pacientes diabéticos em uso de metformina.

A maioria das contraindicações se refere à metabolização da substância do contraste, que pode sobrecarregar os rins e causar falência do órgão. No caso dos pacientes diabéticos, a combinação da metformina com o iodo também pode causar sobrecarga dos rins.

Já para a ultrassonografia contrastada, ainda que o contraste de microbolhas apresente menor risco, há também algumas contraindicações:

  • Insuficiência respiratória grave;
  • Pacientes hipertensos;
  • Gestantes;
  • Lactantes;
  • Pacientes com alterações cardíacas como arritmia e taquicardia.

Aqui, as contraindicações dizem respeito à respiração. Afinal, as microbolhas são expelidas pelo pulmão e, se há alguma desordem no sistema respiratório, esse processo pode ser comprometido. Ainda, alterações no ritmo cardíaco podem mascarar alguns problemas vasculares investigados no ultrassom com contraste, pois podem mudar a forma como as microbolhas se comportam no organismo.

Na véspera do exame, é importante evitar bebidas alcoólicas, alimentos que provocam gases (como leite, feijão e refrigerantes) e frituras. Pode ser solicitado um jejum de no mínimo 8 horas, e a retenção de urina nas 2 horas anteriores ao exame.  É expressamente contraindicado fumar antes do exame.

Como mostramos, as indicações do ultrassom com contraste são diversas, e só podem ser avaliadas por um médico competente. Afinal, cada caso é específico e há uma conduta mais adequada para seguir na investigação do diagnóstico e no tratamento. É fundamental contar com um bom profissional nesse acompanhamento e informá-lo de todo o seu histórico médico e familiar.

Em todo caso, é vantajoso conhecer a aplicação do contraste em ultrassonografias, bem como os seus riscos e contraindicações. E, como sempre, não deixe de buscar uma clínica conceituada para realizar o seu ultrassom com contraste em segurança! Clique aqui e solicite o agendamento do seu exame na Clínica CEU.

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Conheça as indicações do ultrassom com contraste
Equipe da Clínica CEU

Responsável pelo conteúdo: Dr Rogério Augusto Pinto da Silva - CRM: 13323 - MG. Currículo Lattes. http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728497Y9

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