Câncer de mama: causa, prevenção, diagnóstico e tratamento

O câncer de mama é o 2º câncer mais comum nas mulheres. Ele só perde para os cânceres de pele não melanoma, correspondendo a cerca de 25% dos casos novos a cada ano. A doença também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos registrados. 

Quando o diagnóstico da doença é feito de forma precoce, as chances de cura chegam a 95%. Por este motivo, foi criado o Outubro Rosa, uma campanha mundial que busca conscientizar as pessoas a respeito da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, aumentando as chances de cura e reduzindo a mortalidade.

Confira o causa esse câncer, como prevenir, diagnosticar e as opções de tratamento nesse texto:

O que causa o câncer de mama?

Não existe uma única causa para o desenvolvimento da doença e diversos fatores estão envolvidos, podendo ser ambientais, genéticos ou hormonais. A idade é um dos mais importantes, já que cerca de quatro em cada cinco casos de câncer de mama ocorrem após os 50 anos.

Confira os outros fatores que aumentam o risco da doença:

Fatores ambientais

  • Obesidade e sobrepeso (principalmente após a menopausa);
  • Sedentarismo (não fazer exercícios);
  • Consumo de bebida alcoólica;
  • Exposição frequente a radiações ionizantes (raios-X).

Fatores hormonais

  • Primeira menstruação antes dos 12 anos;
  • Não ter tido filhos;
  • Primeira gravidez após os 30 anos;
  • Não ter amamentado;
  • Parar de menstruar após os 55 anos (menopausa);
  • Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos.

Fatores genéticos

  • História familiar de câncer de mama e ovário, principalmente em parentes de primeiro grau antes dos 50 anos;
  • Alteração genética (mutação dos genes BRCA1 ou BRCA2).

É importante lembrar que a presença de um ou mais desses fatores de risco não significa que a mulher terá necessariamente a doença. Por isso é importante consultar o especialista regularmente, principalmente quando a paciente possuir fatores genéticos na família.

Quais são as formas de prevenção ?

Manter o peso corporal adequado, praticar atividade física e evitar o consumo de bebidas alcoólicas ajudam a reduzir o risco de câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor. Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis.

Principais sinais e sintomas do câncer de mama

  • Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher;
  • Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
  • Alterações no bico do peito (mamilo);
  • Nódulos nas axilas ou no pescoço;
  • Secreção sanguinolenta ou serosa pelos mamilos.

Essas alterações precisam ser investigadas por um médico o quanto antes, mas podem não representar um câncer de mama, podendo ser decorrentes de inflamações e infecções como mastites, por exemplo.

É importante que as mulheres habituem a palpar suas mamas – seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano- , sem técnica específica, para reconhecer suas variações naturais e identificar as alterações suspeitas.

Além disso, os sinais e sintomas do câncer de mama podem variar. Existem muitos subtipos deste câncer, e muitos deles não apresentam nódulos. Por isso, as consultas médicas regulares para exames preventivos são tão importantes.

Quais as estratégias para detecção precoce?

Existem duas estratégias para a detecção do câncer: diagnóstico precoce e rastreamento.

O objetivo do diagnóstico precoce é identificar pessoas com sinais e sintomas iniciais de uma determinada doença. A estratégia de diagnóstico precoce do câncer de mama se baseia no tripé: população alerta para os sinais e sintomas suspeitos de câncer; profissionais de saúde capacitados para avaliação dos casos suspeitos; e serviços de saúde preparados para garantir a confirmação diagnóstica, com qualidade e garantia da integralidade da assistência em toda a linha de cuidado.

Já o rastreamento é uma estratégia baseada na realização de testes relativamente simples em pessoas sem sintomas, com o intuito de identificar doenças em sua fase pré-clínica. Qualquer método de rastreamento só deve ser recomendado para a população após sua eficácia ter sido comprovada por meio de estudos científicos. O rastreamento do câncer de mama se faz basicamente pela mamografia, que pode ser complementada por outros métodos de imagem. Estudos demonstraram uma redução de 20% da mortalidade pelo câncer de mama com o rastreamento.

Estas são as recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia para o rastreamento do câncer de mama:

Mamografia:

  • Recomenda-se o rastreamento anual com mamografia para as mulheres entre 40 e 74 anos, preferencialmente com técnica digital;
  • A partir dos 75 anos recomenda-se o rastreamento com mamografia, preferencialmente digital, para as mulheres que tenham expectativa de vida maior que 7 anos, baseada nas comorbidades.

Ultrassonografia:

  • A ultrassonografia deve ser considerada como adjunta à mamografia nas mulheres com mamas densas.

Ressonância magnética

  • Não existem dados que deem suporte para o rastreamento com ressonância magnética para as mulheres de risco populacional usual. No entanto, este método tem importância comprovada no rastreamento das pacientes com risco elevado.

Tomossíntese

  • Recomenda-se que a tomossíntese seja considerada em associação à mamografia digital (COMBO ou sintetizada) no rastreamento, quando disponível.

Quais as recomendações para mulheres com risco elevado?

É recomendado que as mulheres conversem com o médico para avaliação do risco e a conduta a ser seguida. No geral, quando uma mulher é classificada como de alto risco, intensifica-se o seu rastreamento por exames de imagem, incluindo duas alterações em relação ao rastreamento na população geral.

A primeira é a antecipação do início do rastreamento, pois os tumores nessas mulheres tendem a se desenvolver mais precocemente. A segunda é a incorporação da ressonância magnética ou da ultrassonografia como métodos complementares, em razão das limitações da mamografia, que são maiores nessa faixa etária.

Como é feito o diagnóstico?

Quando o paciente ou o médico encontram alterações no exame físico ou nos exames de imagem, é solicitada a realização de uma biópsia. São retirados fragmentos ou células da lesão e enviadas para um laboratório. O médico patologista irá confirmar se a lesão é maligna (câncer) ou benigna. Existem vários tipos de lesões benignas que simulam câncer nos exames de imagem. Em casos suspeitos, é sempre necessário realizar este procedimento.

Quais as opções de tratamento?

As opções de tratamento para os para o câncer de mama são variadas e dependem do tipo e do estágio da doença. Dentre elas estão:

  • Cirurgia;
  • Radioterapia;
  • Quimioterapia;
  • Terapia hormonal;
  • Terapia alvo.

A maioria das mulheres com câncer de mama fará algum tipo de cirurgia para retirar o tumor. Dependendo do tipo de câncer e do estadiamento da doença, também precisará de outras formas de tratamento.

O esquema de tratamento de cada paciente dependerá de diversos fatores, como estado de saúde geral, estágio, subtipo da doença e preferências pessoais.

É importante que todas as opções de tratamento sejam discutidas com o médico, bem como seus possíveis efeitos colaterais, para ajudar a tomar a decisão que melhor se adapte às necessidades de cada paciente.

Ainda possui alguma dúvida sobre câncer de mama? Entre em contato com a nossa equipe!

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Câncer de mama: causa, prevenção, diagnóstico e tratamento
Equipe da Clínica CEU

Responsável pelo conteúdo: Dr Rogério Augusto Pinto da Silva - CRM: 13323 - MG. Currículo Lattes. http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728497Y9

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