Muitas pessoas apresentam dúvidas ou medos quanto à biópsia. Mesmo que o exame seja mais simples do que se imagina, não deixa de ser um procedimento cirúrgico e, portanto, invasivo.
O que muitos pacientes não sabem é que, em alguns casos, a biópsia pode ser substituída pela elastografia: um exame de imagem semelhante ao ultrassom, rápido, indolor e não-invasivo.
Além disso, o exame é mais eficaz que a biópsia na identificação de certos tipos de nódulos. Quando realizada no fígado, o exame é conhecido como elastografia hepática, sendo o método de diagnóstico mais eficaz para identificar e diferenciar diversas doenças que atacam o órgão.
Se você quer evitar a realização desnecessária de exames invasivos, continue lendo este artigo para saber mais sobre o que é elastografia e quando ela pode ser realizada.
A elastografia é uma técnica de diagnóstico nova e ainda é pouco utilizada no Brasil, apesar de já estar disponível nas melhores clínicas de diagnóstico por imagem.
Cada tecido do corpo humano tem uma elasticidade específica e alterações nesta elasticidade podem indicar problemas ou doenças. A elastografia utiliza ondas sonoras para medir essa elasticidade, observando assim se existem áreas mais rígidas do que o normal. O exame é simples e indolor, não utiliza agulhas e tem alta eficácia no diagnóstico de doenças.
Mais do que apenas uma alternativa à biópsia, o procedimento permite identificar ou descartar a existência de doenças, avaliar a extensão das complicações, indicar os riscos que o paciente corre e verificar em qual estágio uma doença está.
A elastografia é uma das mais modernas aplicações do ultrassom na medicina. Ela funciona produzindo vibrações sonoras e realizando a medição da velocidade de propagação destas ondas nos tecidos.
Nódulos e outras alterações possuem tecidos mais rígidos. Por isso, nesses locais a velocidade de propagação das ondas sonoras é menor, o que possibilita identificá-los.
Na maioria das vezes o exame não exige a utilização de contrastes, mas ele pode ser necessário em condições onde é preciso averiguar mais a fundo dentro de um órgão.
A elastografia é indicada quando há suspeita de alguma doença que causa alterações na rigidez do tecido, como as que apresentam nódulos, fibrose ou alterações vasculares, por exemplo.
Na prática, é principalmente indicada quando há suspeita de alguma doença hepática, como a fibrose e a esteatose hepática – presença de gordura no fígado.
Também pode ser utilizada na detecção de tumores na glândula tireoide e nas mamas, bem como para diferenciar se os nódulos presentes em um órgão são benignos ou cancerígenos, evitando assim a realização de uma biópsia.
Conheça seus principais tipos:
A elastografia hepática dura de 5 a 15 minutos e pode ou não ser necessário algum preparo ou jejum antes do procedimento, dependendo da orientação médica.
O exame pode ser utilizado para diagnosticar e avaliar problemas no fígado, como hepatite, cirrose, esteatose, hemocromatose, Doença de Wilson, dentre outros.
Além disso, pode ser utilizada para acompanhar o sucesso de um tratamento, pois ela permite avaliar a melhora ou piora do tecido hepático.
O aparecimento de nódulos na tireoide não é um problema incomum, sendo 90% desses nódulos benignos. A principal utilidade da elastografia nestes casos é substituir a biópsia como forma de identificar se esses nódulos são malignos ou benignos.
O procedimento é rápido e indolor e, na maioria das vezes, não exige preparação prévia.
Uma das principais dificuldades do câncer de mama é o seu diagnóstico precoce: o índice de falsos-negativos nos exames de ultrassom pode chegar a 78%, principalmente quando o tumor é menor que 5mm. Assim, a maioria das mulheres só descobre a doença em estágios mais avançados.
Isso acontece porque a maioria dos tumores nas mamas são formados por tecidos isoecóicos, ou seja, o tecido do tumor tem a mesma ecotextura que os tecidos ao seu redor. Por este motivo, alguns tumores não são identificáveis na ultrassonografia em escala cinza.
Felizmente, por possuírem menor elasticidade, esses nódulos são facilmente vistos na elastografia. Existem vários casos de tumores que não foram diagnosticados na ultrassonografia, mas foram identificados na elastografia.
A elastografia é considerada um exame revolucionário. Isso porque há muito tempo os médicos sabem que as doenças afetam a dureza (elasticidade) dos tecidos, mas até então não haviam exames de imagem que permitissem identificar essa alteração específica.
Além disso, por conseguir identificar se uma massa é maligna ou benigna (função que nenhum outro exame de imagem é capaz de cumprir), em muitos casos o exame pode substituir a biópsia, sendo inclusive mais eficiente que ela ao identificar algumas complicações.
Se você ainda possui alguma dúvida sobre as diferenças entre a elastografia e a biópsia, pode ler o artigo o que é e quando fazer uma biópsia.
Responsável pelo conteúdo: Dr Rogério Augusto Pinto da Silva - CRM: 13323 - MG. Currículo Lattes. http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728497Y9