Apesar de não ser tão conhecida, a doença falciforme é um dos distúrbios genéticos e hereditários mais comuns no país. Segundo o Ministério da Saúde, a estimativa é que cerca de 60 mil pessoas convivam com a doença.
Atualmente, a anemia falciforme não apresenta cura, e exige acompanhamento e tratamento contínuo. Além disso, o diagnóstico precoce é fundamental. Para que a população conheça melhor a doença, criou-se o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme. Saiba mais sobre essa data e o distúrbio, a seguir.
A doença falciforme, ou anemia falciforme, é uma condição que provoca a alteração nas hemácias, células sanguíneas que transportam oxigênio. O distúrbio altera o formato da célula, que deixa de ter forma arredondada e adquire formato de foice.
Desse modo, dificulta a circulação e chegada do oxigênio aos tecidos, desencadeando complicações no organismo. Quando não tratada, a doença pode provocar complicações como anemia crônica, retardo no crescimento, infecções, crises de dores, inflamações, úlceras, acidente vascular cerebral e até infartos pulmonares.
A anemia falciforme manifesta-se de modo diferente em cada pessoa. Enquanto alguns apresentam sintomas leves, outros podem apresentar sinais mais graves. Geralmente, essas manifestações ocorrem ainda no primeiro ano de vida.
Esse é o sintoma mais comum da doença falciforme, e ocorre devido a obstrução de pequenos vasos sanguíneos pelas hemácias em formato de foice. Mais frequente em ossos e articulações, as dores podem ocorrer diversas vezes ao ano, agravando-se com infecções, clima frio, gestação, desidratação e problemas emocionais.
Em crianças menores, as crises de dor podem ocorrer principalmente em pequenos vasos localizados em mãos e pés. Essa obstrução provoca inchaço, fortes dores e vermelhidão no local.
Indivíduos com doença falciforme estão mais suscetíveis a infecções. Em crianças, as infecções mais frequentes são pneumonias e meningites. Por isso, é fundamental que o protocolo vacinal esteja em dia, evitando complicações e infecções por essas doenças.
As úlceras, ou feridas, ocorrem com mais frequência a partir da adolescência. São mais comuns nas regiões de tornozelo e podem demorar anos para a cicatrização completa. Por essa razão, orienta-se que indivíduos com a doença falciforme façam uso de meias grossas e sapatos.
A doença falciforme tem causas genéticas. Portanto, é predominante em pessoas negras. Ao possuir apenas um gene da doença, o indivíduo pode apresentar a anemia falciforme e, no entanto, não manifestá-la. Para que a doença se manifeste, é necessário que pai e mãe possuam o gene.
Visando aumentar o conhecimento e compreensão sobre a doença, assim como os desafios vivenciados por pacientes e familiares, o dia 19 de junho foi designado como Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme.
A doença ainda não apresenta cura e, quando não acompanhada e tratada adequadamente, pode causar complicações graves que comprometem a saúde do indivíduo e podem causar sua morte. No entanto, a doença falciforme pode ser diagnosticada de forma fácil e rápida, ainda nos primeiros dias de vida.
O diagnóstico precoce da anemia falciforme é possível por meio do teste do pezinho, exame de triagem neonatal. Assim, é ideal que o teste seja realizado ainda na primeira semana de vida do bebê, antes mesmo de sua alta da maternidade.
De forma rápida e simples, o exame é feito com a retirada de algumas gotas de sangue do calcanhar do bebê. Em muitos casos, o diagnóstico retardado pelo medo dos pais de que o teste seja dolorido para o bebê resulta em graves complicações para a saúde da criança.
Portanto, é indispensável a realização do teste do pezinho ainda nos primeiros dias do recém-nascido. O exame é oferecido em sua versão básica pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, clínicas privadas já contam com o teste ampliado, que permite a detecção de outras doenças, como outras síndromes falciformes e até mesmo a fibrose cística.
O Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme é uma importante data para instruir a sociedade sobre a doença, suas complicações e dificuldades enfrentadas pelos pacientes. Além disso, é essencial ao esclarecer a necessidade do teste do pezinho para o diagnóstico precoce, assegurando saúde e qualidade de vida ao indivíduo ao proporcionar o tratamento adequado.
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