Câncer infantil: tipos e diagnóstico

No Brasil, o câncer é a segunda maior causa de óbito de adolescentes e crianças. Os dados do Inca sobre câncer infantil é um esclarecimento e também um alerta para que os pais estejam atentos ao problema desde cedo.

O câncer manifestado na infância tende a ser mais agressivo e a se desenvolver mais rápido do que em adultos. Por outro lado, os órgãos infantis trabalham muito melhor, pois são mais jovens e há alta chance de cura para a enfermidade. 

Ocorre que, muitas vezes, existe uma grande demora no diagnóstico da doença e no início do tratamento, o que dificulta o processo.

Todos os anos, mais de 300 mil adolescentes e crianças recebem o diagnóstico positivo para o câncer. Os dados da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer são, na verdade, um alerta para se ter mais atenção à saúde das crianças, que claramente não estão imunes ao problema.

Neste artigo, vamos apresentar as causas que levam ao câncer infantil, os tipos da doença, os sintomas, diagnósticos e possíveis tratamentos.

A principal causa do câncer infantil

Para  Luiz Fernando Lopes, oncopediatra e diretor do Hospital de Câncer Infantojuvenil de Barretos, São Paulo, a justificativa para grande parte dos cânceres infantis está na formação embrionária com origem em células que não possuem funcionalidade determinada, levando à formação de células cancerígenas.

Principais tipos de câncer infantil

Conheça os 3 principais tipos de cânceres infantis.

Leucemia

Cerca de 30% dos casos de câncer infantil corresponde à leucemia, que pode ser tanto do tipo mieloide aguda quanto linfoide aguda. Para a hematologista Juliana Souza Lima, “a taxa de sobrevida, principalmente para crianças, varia entre 60 a 80%. Em muitos casos, a doença não ocorre mais após o tratamento.”

Ainda não há explicação comprovada, mas especula-se, na comunidade científica, que os espermatozoides podem transmitir algumas alterações nos genes.

O chamado câncer do sangue tem origem na medula óssea, local de produção das células sanguíneas. 

O grande empecilho da doença é que ela circula em todo o organismo, uma vez que está no sangue. Portanto, há várias consequências para a leucemia, como infecções, imunidade baixa, anemias e hemorragias.

  • Sintomas da leucemia

Palidez progressiva, infecções constantes, febres intermitentes e cansaço excessivo são os principais sintomas. Caso observem esses sintomas os pais devem ficar atentos e investigar a fundo, afinal são muito parecidos com uma anemia comum.

Os hematomas, dores ósseas, sangramentos subcutâneos e sangue no vômito e urina também são pontos de atenção.

  • Diagnóstico e tratamentos da leucemia

O diagnóstico se dá por meio de hemograma e o tratamento por quimioterapia e geralmente dura dois anos.

Tumor cerebral

Em segundo lugar de incidência, o tumor cerebral afeta cerca de 20% das crianças com câncer. Na verdade essa estimativa pode ser ainda maior, porém ainda há muito “chão” para se percorrer quando o assunto é acessibilidade a bons diagnósticos.

  • Sintomas do tumor cerebral

São diversos e variados os sintomas, uma vez que o tumor pode estar alojado em qualquer parte do cérebro. Geralmente podem se manifestar, dores de cabeça, sono e choro excessivos e apatia. 

O tumor cerebral tem sintomas que podem parecer subjetivos e dar margem para interpretação dos pais. Por isso é importante que se faça acompanhamento regular com pediatra. 

Nos estágios mais avançados, podem se manifestar a perda de equilíbrio, convulsões, jatos de vômitos e paralisia parcial.

  • Diagnóstico e tratamentos do tumor cerebral

Identifica-se o tumor por meio de ressonância magnética e tomografias. Pode ser necessária realização de cirurgia para a retirada do tumor e quimioterapia, dependendo do caso.

Linfomas

Os linfomas se manifestam em cerca de 15% das crianças com câncer. A doença neoplásica, que afeta as defesas do organismos, os chamados gânglios linfáticos, pode se manifestar de duas formas: linfomas de Hodgkin e os linfomas não-Hodgkin.

  • Sintomas dos linfomas

Os linfomas tem sintomas muito característicos, como o surgimento e crescimento de nódulos no abdômen, tórax, pescoço, virilhas e axilas e febres recorrentes.

Muito confundidos com parasitoses e amigdalites, caso o tratamento para essas enfermidades não deem bons resultados, é preciso avançar no diagnóstico.

  • Diagnóstico e tratamentos dos linfomas

Além de observação geral dos sintomas, como em todos os outros casos, para se confirmar a existência de linfomas é preciso realizar uma biópsia.

Felizmente, os linfomas são altamente sensíveis à quimioterapias, que são a principal recomendação de tratamento.

A identificação de câncer infantil ainda é um grande desafio de saúde pública. O primeiro passo para mudar esse quadro é a orientação adequada aos pais, que precisam estar atentos aos sintomas e quebrar alguns paradigmas e crenças particulares sobre as reações de seus filhos.

A observação constante e um histórico médico detalhado da criança e da família também são importantes para que o diagnóstico de doenças seja mais rápido e eficaz.

Os cuidados com a saúde do seu filho começam antes mesmo de seu nascimento. Para isso, garantir um bom pré-natal é indispensável. Confira as nossas dicas no post 5 orientações para fazer um bom pré-natal.

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Câncer infantil: tipos e diagnóstico
Equipe da Clínica CEU

Responsável pelo conteúdo: Dr Rogério Augusto Pinto da Silva - CRM: 13323 - MG. Currículo Lattes. http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728497Y9

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