O que você precisa saber sobre DIU

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o dispositivo intrauterino (DIU) um dos contraceptivos reversíveis – aqueles que não afetam a fertilidade – ,um dos métodos mais seguro e eficaz da atualidade. Ao contrário do resto do mundo, onde o DIU é um dos métodos anticoncepcionais mais utilizados, no Brasil ele é procurado por apenas 5% das mulheres.

Com sua alta taxa de sucesso, seu baixo índice de efeitos colaterais e seu preço mais baixo do que outros métodos – levando em conta que sua eficácia dura 5 ou 10 anos – muitas pesquisas tentam entender porque o método é tão impopular por aqui. Curiosamente, todas essas pesquisas estão chegando à mesma conclusão: a única barreira é o desconhecimento em relação aos seus reais benefícios.

Mesmo que muitas pessoas já tenham ouvido falar sobre o DIU, a maioria desconhece suas principais vantagens ou ainda acredita em alguns mitos difundidos sobre esse método.

O resultado é que muitas pacientes chegam aos consultórios com as mais diversas dúvidas: quais são os tipos de DIU, como eles funcionam, quando eles podem ser usados e o que é necessário fazer caso queira utilizá-lo.

Como acreditamos que a informação é a melhor forma de cuidar da saúde, neste artigo você confere o que precisa saber sobre DIU.

Lembramos que essas informações não excluem uma consulta médica ginecológica, onde você poderá tirar as dúvidas que restarem e decidir qual o melhor método contraceptivo no seu caso.

O que é o DIU?

O DIU é um pequeno dispositivo intrauterino, que é inserido dentro do útero e age dificultando a fecundação do óvulo pelo espermatozoide. O método passou pelas mais diversas alterações e, em 1962, teve a sua primeira versão clinicamente aceita – conhecida como Alça de Lippes. De lá para cá, o DIU continuou em constante evolução, e os modelos disponíveis hoje guardam poucas semelhanças com aqueles utilizados na década de 70.

O DIU pode ser revestido de cobre, o DIU de cobre ou ser hormonal, também conhecido como também como SIU. No Brasil, ambos podem ser cobertos pelos planos de saúde e o de cobre é gratuito também pelo SUS.

Como funcionam o DIU de cobre e o DIU hormonal?

Os dois tipos de DIU – com e sem hormônio – possuem mecanismos de ação similares. A diferença é que, no primeiro, o princípio ativo é o cobre; enquanto no segundo, o princípio ativo é o levonorgestrel, um hormônio análogo da progesterona, que é liberado em doses bem pequenas e diretamente no útero.

Um dos motivos da grande eficiência dos DIUs é que eles funcionam em mais de um momento para impedir a gravidez. Ambos promovem: 

  1. Alterações no muco uterino – isso inibe a mobilidade dos espermatozoides, dificultando sua chegada ao óvulo;
  2. Efeito espermicida – eliminando os espermatozoides;
  3. Mudanças no endométrio – que dificultam a implantação do óvulo no útero.

Os dispositivos intrauterinos, portanto, agem inicialmente impedindo o encontro do espermatozoide com o óvulo. Caso haja falha nesta etapa, eles também dificultam a fecundação do óvulo e, se também houver falha nesta fase, esse método pode impedir que o ovo fecundado evolua ou se implante no útero.

 Vantagens do DIU de Cobre

As principais vantagens do DIU não hormonal em relação ao hormonal, é que ele é mais barato e pode permanecer no útero por até 10 anos, sendo que o DIU hormonal pode permanecer por apenas 5 anos.

O DIU de cobre é indicado para mulheres que precisam evitar hormônios externos, como nos casos de pacientes com câncer de mama e histórico de outras doenças.

Vantagens do DIU hormonal (SIU)

A eficácia do SIU é ainda maior que a do DIU de cobre . Além disso, enquanto o DIU não hormonal pode aumentar o fluxo menstrual, o DIU hormonal geralmente causa sua redução e, como consequência, também a redução das cólicas menstruais

Apesar da utilização do levonorgestrel, hormônio análogo à progesterona, o SIU não utiliza estrogênio em sua composição. O estrogênio, presente nas pílulas anticoncepcionais, é o hormônio associado ao aumento da incidência de trombose – que é um surgimento de um coágulo na corrente sanguínea – nas suas usuárias.

Além disso, o DIU hormonal promove a liberação de levonorgestrel diretamente no útero, o que permite que a quantidade de hormônio liberada seja baixa. Como consequência, a chance deste hormônio atingir a corrente sanguínea é mínima – e caso atinja, será em quantidades realmente pequenas.

Por isso, o método possui poucas chances de ocorrência dos efeitos colaterais relacionados aos métodos contraceptivos hormonais: as chances de diminuição da libido, de alteração no peso e surgimento de espinhas são muito mais baixas.

Qual a eficácia do DIU?

A eficácia do DIU de cobre é de 99,2% a 99,4%, e esse índice sobe para 99,8% no DIU hormonal. Para se ter noção, a laqueadura tubária – método irreversível que liga as trompas – tem uma eficácia de 99,5%.

O DIU também é um método mais eficaz que a pílula anticoncepcional. Acontece que a eficácia da pílula depende do seu uso correto: todas as pílulas devem ser tomadas no mesmo horário, e nenhuma pode ser esquecida. Se um destes erros acontecer, a eficácia deste método cai de 99,7% para até 91%

Além disso, o uso de alguns antibióticos e antidepressivos, o consumo de bebidas alcoólicas, o surgimento de problemas intestinais como diarreias e vômitos e diversos outros fatores também podem reduzir a eficácia das pílulas anticoncepcionais.

Assim como com as pílulas, a eficácia das camisinhas também depende diretamente de seu uso adequado. Sua eficácia é de 98% em uso perfeito, mas no uso típico essa eficácia cai para 85%. Lembrando que a camisinha é o único método que previne DSTs e a recomendação é usá-la combinando com outro método contraceptivo.

Essa tabela comparativa, feita pela OMS, mostra as diferenças entre o uso perfeito e o uso típico (uso comum) dos diversos métodos anticoncepcionais disponíveis:

Quem pode usar o DIU?

Ao contrário do que muitos acreditam, a maioria das mulheres pode usar o DIU: mesmo as adolescente e aquelas que não tiveram filhos. Além disso, este método é recomendados para mulheres lactantes, já que ele não interfere no aleitamento.

Por reduzir o fluxo menstrual, o SIU também é indicado para: 

  • Mulheres com endometriose
  • Mulheres com dismenorréia (fluxo menstrual forte e doloroso)
  • Aquelas que sofrem muito com as cólicas menstruais

Quais são as contraindicações do método?

Na maioria das vezes, não há contraindicação para o uso. Quando há restrições, elas normalmente são relativas à anatomia do útero. É necessário que a cavidade uterina consiga comportar o acessório, então pessoas com má-formação, ou que tenham apresentado alguma disfunção no órgão, provavelmente não se adaptarão bem. Essas questões devem ser avaliadas pelo ginecologista da paciente.

Por aumentar o fluxo menstrual, o DIU de cobre também não é recomendado para mulheres que sofram de anemia ou que tenham fluxo aumentado. Nesses casos o DIU hormonal pode ser mais adequado, já que ele costuma reduzir esse fluxo.

Como funciona a colocação e adaptação?

A inserção do DIU é simples e rápida, com duração média de 15 minutos. O procedimento pode ser realizado no próprio consultório médico, sem necessidade de sedação ou internação. Porém, dependendo da paciente, a inserção também pode ser realizada com sedação.

O DIU pode ser inserido em qualquer momento do ciclo menstrual, desde que se tenha certeza de que a paciente não está grávida. Por isso, muitos médicos preferem realizar o procedimento durante o período menstrual. A eficácia do método é imediata, independentemente do momento de inserção.

Apesar de muitas mulheres sentirem um certo desconforto durante a colocação, menos de 5% sentem níveis moderados ou agudos de dor. Para reduzir as chances de incômodos, o médico pode recomendar que a paciente tome algum antiinflamatório ou anti espasmódico antes do procedimento. Caso a paciente seja muito sensível a dor, o procedimento de colocação também pode ser realizado com anestesia.

O incômodo da colocação deve passar em alguns dias. Procure seu médico se você continuar sentindo dores após o prazo estabelecido por ele.

Quais exames devo realizar?

Antes do procedimento, o ginecologista deve fazer um exame ginecológico para descartar gravidez, presença de alterações anatômicas e de infecções ginecológicas.

Após a inserção, será feito um ultrassom transvaginal nos primeiros 6 meses. Depois disso, é necessário realizar o acompanhamento ginecológico e exames e preventivos anualmente, como deve ser feito por qualquer mulher que use ou não o DIU.

Os dispositivos intrauterinos evoluíram muito nos últimos anos. Atualmente, eles estão dentre os métodos contraceptivos mais eficazes, com menores efeitos adversos e menores custos a longo prazo. 

Por isso, eles são considerado pela OMS como uma das formas de planejamento familiar mais importantes da atualidade, e são o método contraceptivo mais usados em muitos países.

Hoje em dia existem uma quantidade grande de métodos contraceptivos, cada um deles com seus prós e contras. Por isso é muito importante que os pacientes conheçam bem todas essas possibilidades.

Com esse conhecimento, o primeiro passo é procurar o seu ginecologista para tirar suas últimas dúvidas e decidir, junto a ele, qual método será mais eficaz no seu caso específico.

Após orientação médica você decidiu pelo uso do DIU? Então o próximo passo é realizar um ultrassom para verificar se não há nada que impeça a colocação do dispositivo. 

Caso more em Belo Horizonte, você pode realizar tanto o transvaginal quanto a inserção do DIU na Clínica CEU. O pré agendamento de ambos podem ser realizados de forma rápida e online no nosso site. E não se esqueça de levar os pedidos médicos no dia da colocação. 

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O que você precisa saber sobre DIU
Equipe da Clínica CEU

Responsável pelo conteúdo: Dr Rogério Augusto Pinto da Silva - CRM: 13323 - MG. Currículo Lattes. http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728497Y9

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